Da primeira vez que estive em Macau e olhei para o outro lado do mar, ainda vislumbrei o mistério naqueles montes arborizados e escuros. Era a China, mundo estranho, próximo e distante, atraente e assustador.
Aquela impressão durou pouco. As quimeras desfazem-se quando se tocam. Os mistérios não resistem à lucidez do olhar.
Hoje, pouco resta do antigo Império do Meio.
A China moderna é um País em rápida transformação. Vai ganhando, entre as Nações o espaço a que tem direito pela dimensão do seu território, pela grandeza da sua população e pela organização do trabalho dos seus habitantes. A sua economia é das mais poderosas do mundo. No conjunto das grandes potências, emerge como a potencialmente maior.
O desenvolvimento industrial e a ocidentalização progressiva dos costumes está a proporcionar-lhe o que a sua civilização milenar lhe negou. Há que saudar a libertação de todo um povo da pobreza e a dignificação de quem deu muito ao mundo, mas é difícil não experimentar nostalgia por todo um passado que se perde no nevoeiro do tempo.
As gravuras que se apresentam foram retiradas do livro A China e os Chineses, de Auguste Borget, reeditado pelo Instituto Cultural de Macau em 1990.
Evocam uma China antiga, profunda e imorredoura.
Sem comentários:
Enviar um comentário