DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

terça-feira, 8 de março de 2022

 

A MINHA OPINIÃO



 

   Não sou especialista em nada, a não ser em Neurocirurgia. Mesmo nessa matéria, os meus conhecimentos vão-se distanciando. Entendo que a minha opinião vale mais ou menos o mesmo que a de qualquer dos meus leitores. Ainda assim, exponho-a por escrito. Falo da possível solução para o conflito da Ucrânia. Julgo que é a primeira vez na História que uma guerra importante é transmitida em direto (ou quase) pelas televisões de todo o mundo.  

     Começo por apontar os que são, no meu modo de ver, os culpados principais desta tragédia.

      Começo por acusar Vladimir Putin, o agressor.

    Acuso, em segundo lugar, Joe Biden e a sua (nossa) NATO. Apenas quem tiver memória curta poderá ter esquecido a crise dos mísseis de Cuba, quando Kennedy quase deu início a uma guerra nuclear por ver o poderio soviético assentar os pés numa ilha próxima da costa da Florida. A Nato aproveitou a fragmentação da antiga União Soviética para rodear de mísseis o território russo. Empurrou agora, de forma provavelmente definitiva, a Rússia para os braços da China. A longo prazo, parece tratar-se de um erro estratégico clamoroso.

     Em terceiro lugar, acuso Zelensky, outro Vladimiro. Fiou-se em demasia no apoio ocidental e não teve em devida conta o desequilíbrio das forças em presença. Arrisca-se a passar de comediante a ator de uma tragédia.

     Passo agora à proposta de soluções. Compreendo que a situação se poderá alterar rapidamente e que as opiniões de hoje poderão tornar-se amanhã obsoletas. Terei em menor conta a justiça do que o equilíbrio das forças que se opõem. Não proponho o que acho que deveria ser, mas o que me parece possível acontecer.

- Compromisso duradouro (eventualmente constitucional) de não adesão da Ucrânia à NATO.

- Liberdade para a Ucrânia aderir livremente à União Europeia, quando houver condições para tal.

- Reconhecimento, por parte da Ucrânia, da anexação da Crimeia e da independência das chamadas “repúblicas separatistas”.

- Garantia do acesso definitivo da Ucrânia a portos do Mar Negro e do mar de Azov.

- Fim das sanções económicas impostas à Rússia.

    Sendo certo que dificultam o esforço de guerra de Vladimir Putin, afetam essencialmente a qualidade de vida do povo russo e obrigam a Alemanha e a Hungria a pagar um preço exagerado por uma guerra que não terão desejado. O inverno ainda não terminou e poderão deixar de ter gás para aquecimento.

      Pela minha parte, ficou-me caro atestar hoje de gasóleo o depósito do automóvel.

     Aqui fica a minha opinião. Outros pensarão de modo diferente. Julgo, contudo, que todos pretendemos o restabelecimento rápido da paz.