DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

terça-feira, 11 de junho de 2013

RACISMO - UM MOTOR SEM AVARIAS

Amilcar Cabral, ao definir a luta de classes como motor da História teve algumas dificuldade teóricas em adaptar a sua definição concreta à luta anti-colonial, já que, na verdade, o verdadeiro motor da História, nessas circunstâncias, foi o racismo.
As direcções de tantos movimentos de libertação que foram sendo fundados em África, ficaram, em determinada altura do seu crecimento, com um problema: os brancos e mestiços que a eles aderiam eram , em si mesmos, uma contradição insolúvel: a maioria dos guerrilheiros não aceitava de bom grado a integração na sua luta de gente que era "naturalmente" inimiga.
Na verdade, o próprio Amilcar Cabral, que acabou sendo vítima desta contradição, tentou, do ponto de vista teórico, "dar a volta" ao problema, aconselhando os membros das sociedades coloniais, brancos e mestiços, a "suicidarem-se" como classe.
Na prática tal suicídio nunca resultou.
Os CAC (comités Amilcar Cabral) que nasceram em Angola consistiam como que uma ante-camara para o dito suicídio. O MPLA, defensor da angolanidade pura, atirou muitos dos canditatos para a cadeia de S. Paulo. Hoje nem se fala disso, nem deles.
Em África - talvez com algumas nações crioulas em que o fenómeno é mais diluído - o racismo continua a ser o motor da História

Sem comentários:

Enviar um comentário