DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

RIVER PLATE



Por que não falar de futebol? Não é cultura? E, se não for, nós somos apenas cultura?
A recente descida do River Plate à segunda divisão argentina doeu a muitos habitantes de Buenos Aires. Lembro-me de ter estado em frente da sede do clube rival, o Boca Juniores, implantado num bairro de casas pintadas de cores berrantes. Alegadamente, a tinta sobrou ou foi desviada de navios em reparação.


Como todos os produtos do formigueiro humano, as equipas de futebol nascem, crescem e definham. Desconheço os problemas que estão na origem da decadência do clube dos ricos da cidade e, com a troika dentro das fronteiras portuguesas, tenho mais com que me preocupar. 
Olho para dentro. Temos menos de quatro vezes o número de habitantes da vizinha Espanha. As receitas da publicidade e, consequentemente, os proventos resultantes da venda de direitos de transmissão televisiva são muito inferiores. A venda de bilhetes para os jogos dá menos alegrias aos tesoureiros dos nossos clubes. 
A liga espanhola conta, na primeira divisão, apenas mais duas equipas do que nós. Quantos clubes portugueses poderiam competir em Espanha com algumas possibilidades de sucesso?
Não seria razoável reduzir a uma dúzia o número de equipas que disputam a Liga em Portugal? O calendário poderia manter-se sem grandes mudanças, desde que se passasse de duas para três voltas. A questão de quem iria jogar dentro ou fora do próprio campo na terceira volta seria resolvida por sorteio.
Os jogadores que vemos no nosso futebol são quase todos importados. Vêem-se equipas inteiras sem um português. Sucedem-se os apelos à limitação das importações, para facilitar o equilíbrio económico do País. Porque não aplicar o conceito ao futebol? Pelo menos as equipas das divisões inferiores poderiam recorrer a mais "produtos portugueses".

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