DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

PASSAGEIRO






          A madrugada vem.
          Nada há para festejar:
          falta outra maçã no pomar da existência.


          Que versos direi no fim?
          Restam-me sonhos pequenos
          e a voz tropeça.


          Ouço o vento,
          retalhado
          por asas de andorinha.


          Os passos que faltam
          são fáceis de contar.


          Há que partir
          para o lago que baralha as recordações,
          onde o amanhã é negado.


          A embarcação aguarda o passageiro único
          e este cais não sabe de chegadas.





Sem comentários:

Enviar um comentário