O PASTOR DE ICEBERGS
Trotou sobre o mar um rebanho de gelo.
Dentes brancos ceifaram a erva da bruma,
os navios rangeram, assustados,
e, dos Corte Real, nenhum voltou.
Aqui nasceu, talvez, Adamastor,
ao sul das catedrais dos deuses cegos,
a oeste de todas as preces conhecidas.
Não se aprende a morrer devagar!
Faz gemer no roçar dos icebergs
a solidão, o silêncio,
o chicote longo do frio,
o cinzento infindo do mar
e, depois, o vento e a espuma,
a varrer os sonhos simples dos navegantes:
volver à terra morna
de vinho e mulheres doces.
Sem comentários:
Enviar um comentário