DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

sábado, 3 de outubro de 2009






CANTO DO VELHO DO RESTELO


Eu sei que minhas mãos são como ramos

em que poisam, à vinda, as andorinhas
e quando chega Abril, juntos cantamos
E quando o Outono vem, ficam sozinhas.

Eu sei que as minhas mãos são como praia
em que naufragam naus das descobertas
tomando as minhas luzes de atalaia
por faróis, por sinais de rotas certas.


Eu sei que em minhas mãos se ergueram casas,
palavras, naus, e o sonho de abalar,
mas se as fecho, sinto quebrar de asas
e se as abro, gritos de afogar.

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