NOVO AEROPORTO DE LISBOA
MONTIJO OU ALVERCA?
Não sou engenheiro, mas parece-me natural procurar
informar-me sobre uma obra polémica que os meus impostos ajudarão a custear.
Não será necessário ser militar para ter
interesse pela política de defesa nacional, nem ser médico ou enfermeiro para
me preocupar com o Serviço Nacional de Saúde.
Um amigo meu de longa data, o engenheiro
Segadães Tavares, está envolvido no projeto de desenvolvimento aeroportuário
alternativo ao Montijo. Consiste, essencialmente, em prolongar na direção de
Alverca o Aeroporto da Portela.
Segadães Tavares é um dos engenheiros
portugueses de maior prestígio. Autor da célebre “pala” do Pavilhão de
Portugal, recebeu o mais alto galardão internacional até agora atribuído a um
engenheiro português, o Prémio OstrA. Foi premiado pelo seu Projeto de
ampliação da Pista do Aeroporto do Funchal. Pedi-lhe que me enviasse informação
sobre este novo plano. Acedeu prontamente.
O projeto assenta na criação de uma ilha
artificial “híbrida”. A pista será construída sobre uma lâmina de água, solução
já testada na Madeira. Passarão a existir duas pistas paralelas, com 3.100 e
4.000 metros de extensão, respetivamente.
A quantidade e a qualidade dos argumentos aduzidos
em defesa do novo aeroporto Portela - Alverca são impressionantes.
No modo de ver da equipa que propõe esta solução, tudo parece favorável
ao novo projeto: o custo, a acessibilidade, a segurança e o incómodo para os
moradores das áreas vizinhas.
Há
diversas constatações que merecem leitura atenta. Assim:
“Não existe nenhum aeroporto importante na
Europa apenas com uma pista”.
”Não se constroem há dezenas de anos pistas
comerciais com distância de aterragem de apenas 2.050 metros”
“O custo da obra será significativamente
inferior à do Montijo”.
“O projeto maximiza a utilização das
infraestruturas já existentes.
“Representará a “salvação” da TAP, a médio
e longo prazo”.
“A probabilidade de ocorrência de acidentes
aéreos para as pessoas sobrevoadas é 10 vezes inferior à da solução Montijo”.
“A abundância de aves na margem norte do
Tejo é muito inferior à da margem sul”.
Aparentemente, os interesses da companhia
Vinci, que defende a solução Montijo, parecem muito diferentes dos interesses
do povo português.
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