DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

segunda-feira, 11 de abril de 2016


       ESTRANHOS ALMIRANTES

INTRODUÇÃO

A história da navegação e das guerras navais reserva algumas surpresas aos curiosos. Vou referir três almirantes muito especiais de que tive conhecimento mais ou menos por acaso: a rainha Artemísia de Cária que, no século V A.C., comandou navios na Batalha de Salamina, o almirante eunuco chinês Zeng He, que navegou até à costa oriental de África nos séculos XIV e XV e a almirante indonésia Keumalahayati que, no século XVI, combateu portugueses e holandeses.
Espero que não vejam na minha escolha sinais de sexismo. Trata-se apenas de curiosidade por estes personagens excepcionais.


Dentro de portas, o primeiro comandante naval de que ouvi falar foi D. Fuas Roupinho, o do milagre da Nazaré. D. Fuas foi contemporâneo de D. Afonso Henriques. Morreu a lutar contra os mouros, no Estreito de Gibraltar.
Somos um país ribeirinho. No Portugal antigo, havia navios que levavam homens de armas, quando era necessário. «Almirante» vem de uma palavra árabe que significa «comandante do mar». Substituiu os termos “general das galés” e “cabdel dias galés”, caídos em desuso. O cargo de «Almirante do Reino» foi criado pelo rei D. Dinis no século XIII. Deixou de estar ligado à navegação e tornou-se um título honorífico, hereditário, concedido aos Condes de Resende. O nosso primeiro «almirante» foi Manuel Pessanha, um genovês. Nun`Álvares terá adquirido os terrenos para a construção do convento do Carmo a um descendente dele que, se calhar, nunca pôs os nobres pés numa caravela. Sobre os capitães de então, pouco se escreveu, até às descobertas.

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