DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

 


OS MEUS LIVROS


EU, CAMILLO

 


Tal como o anterior, o quarto livro que publiquei foi uma biografia em forma de diário. De entre os escritos que Camilo Castelo Branco nos deixou na primeira pessoa, selecionei os que se adaptavam ao meu projeto. Depois, inventei os que estavam em falta, procurando respeitar a verdade histórica e tentando não me afastar da personalidade do escritor, tal como a entendi.

Enquanto a escrita de António de Oliveira Salazar era relativamente simples e fácil de reproduzir, imitar o estilo de Camilo obrigou-me a um esforço de proporções quase camaleónicas.

Uma vez publicado o livro, sofri uma desilusão. Apesar de ter sido elogiada por conhecedores, a obra conheceu um sucesso comercial muito limitado. Pensei, na altura, que Camilo Castelo Branco morrera uma segunda vez quando retiraram os seus livros dos currículos escolares obrigatórios do ensino secundário.



Parceria A.M. Pereira, 2006.

 


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