DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

DA VINCI ESCRITOR



AFORISMOS


Leonardo da Vinci é considerado por muitos um dos espíritos mais brilhantes que a Humanidade produziu. Nasceu, como filho ilegítimo, numa aldeola da Toscânia e terá morrido nos braços dum rei. 
Viveu numa época em que o saber humano era ainda limitado. Um homem de génio podia ser perito em quase tudo. Foi o que aconteceu com Leonardo, que atingiu a excelência em áreas tão diversas como a matemática, a engenharia, a anatomia, a pintura, a escultura, a arquitectura, a botânica e até a música. A sua curiosidade só tinha paralelo na própria imaginação.
Em 1469, com dezassete anos, entrou como aprendiz para a oficina de Andrea del Verrocchio, em Florença. Verrocchio era discípulo de Donatello. Anos mais tarde, foi acusado de sodomia, juntamente com outros alunos de Verrocchio. Foi absolvido por falta de provas e fez por não dar nas vistas durante algum tempo. 



Na idade madura, trabalhou para os grandes de Itália. A estátua equestre que planeou para Francesco Sforza não foi concluída. Quando os franceses ameaçaram Milão, as setenta toneladas de bronze que lhe estavam destinadas foram fundidas para fabricar canhões. 
Da Vinci serviu depois César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI, como arquitecto e engenheiro militar. Mudou-se, mais tarde, para Roma, contratado por um Medici. Trabalhou na Cidade Eterna ao mesmo tempo que Rafael e Miguel Ângelo. 



Francisco I de França conquistou Milão em 1515. Ao regressar a casa,  convidou Leonardo a acompanhá-lo. O artista tinha 63 anos.
Não voltaria a Itália. Morreu no solar de Clos Lucé, em Maio de 1519. Alguns pintores românticos como Ingres e Angelica Kauffmann figuraram-no a morrer amparado pelo rei, o que não deve passar de lenda. 
Leonardo da Vinci tinha o hábito de fazer acompanhar os seus esboços de textos explicativos. Escreveu sobre quase tudo o que desenhou. Muitas das suas páginas são dedicadas à pintura e aos pintores, mas encontram-se reflexões sobre óptica, anatomia, geografia, metalurgia e outros temas. Escreveu também algumas parábolas. Hoje, vou copiar aqui alguns dos seus aforismos.






Aquele que ofende os outros não se protege a si mesmo.

A mais exasperante infelicidade dá-se quando as ideias de um homem são mais avançadas que o seu trabalho.

A necessidade é a mestra e a guia da Natureza.

Os obstáculos não conseguem esmagar-me. Quem fixou os olhos numa estrela não muda de opinião.

É um erro tão grande falar bem de um homem sem valor como falar mal de um homem bom. 

Embora as perdizes roubem os ovos umas às outras, as crias nascidas desses ovos regressam sempre à sua verdadeira mãe.

O que é belo nos homens desaparece, mas o mesmo não se passa na arte.


Referências:
Os Apontamentos de Leonardo da Vinci. Edição de H.Anna Suh, Parragon Books Ldª.
Leonardo da Vinci, Pintura Completa. Frank Zolnner, Taschen.
Leonardo da Vinci, Desenhos e esboços. Frank Zollner. Taschen.
Wikipedia.

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