AMÍLCAR CABRAL
III
CABO VERDE
Em Cabo Verde, nos últimos meses,
não há notícias escaldantes a explorar. Escolhemos duas que nos parecem ter
algum significado, tanto atual como prognóstico.
A SEMANA, primeiro diário cabo
verdiano em linha, em 9/4/2013.
FITCH
BAIXA RATING DE CABO VERDE DE ESTÁVEL PARA NEGATIVO
A
agência Fitch baixou rating de Cabo Verde de estável para negativo, o que torna
o país menos atrativo para os investidores. Esta perspetiva negativa constitui
também mais um obstáculo no acesso ao crédito internacional, numa altura em que
se aproxima o término da transição para País de Rendimento Médio, alcançado em
2008.
O crescimento do PIB cabo-verdiano
foi mais fraco do que as previsões. A estimativa é agora de 2,6%, em lugar de
5,1%. O défice orçamental subiu de 9,5 em 2012 para 12,3 em 2013. A expansão da
base tributária em 2013, com a introdução de vários impostos, foi neutralizada
pelos aumentos dos custos de salários públicos, bens e serviços.
A SEMANA (também a 9/4/2013)
FERNANDA
MARQUES ABRE CONFERÊNCIA SOBRE MEIO AMBIENTE
Fernanda
Marques, Ministra da Educação e Desportos, abre esta quinta-feira, 04, a 2ª
edição da Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, no Salão Josina Machel do
Liceu Domingos Ramos, cidade da Praia.
O Ministério da Educação e Desporto
pretende desenvolver nos sistemas de ensino a preocupação com o ambiente, em
especial com as mudanças climáticas e a proteção do ambiente costeiro e
marítimo.
As preocupações parecem
radicalmente diferentes em cada um dos países apreciados. Aceitamos que a
escolha das notícias possa ser criticada. No entanto, não procurámos
influenciar os leitores, mas apenas fornecer-lhe termos de comparação. Apesar
da pobreza do território e do flagelo das secas, a República de Cabo Verde é
uma das democracias mais amadurecidas de África. As estatísticas permitirão uma
comparação mais aproximada das duas realidades.
Superfície – 4.000 quilómetros
quadrados
População – 500.000 habitantes
Economia – A agricultura é frágil.
Cerca de 90% dos produtos alimentares consumidos são importados. As exportações
de pescado são reduzidas. Os serviços (comércio, transportes e serviços
públicos) formam cerca de 70% do PIB. As remessas de emigrantes constituem perto de 20% do PIB. O turismo contribui de forma crescente para a formação
de riqueza no arquipélago. O número de visitantes anuais já ultrapassou o da
população local. Entre 2000 e 2009, o PIB cresceu anualmente cerca de 7%.
Rendimento per capita – 3.947
dólares (International Monetary Fund, 2011)
Saúde – A população cabo-verdiana é
das mais saudáveis de África. A prevalência da SIDA e da malária são
relativamente baixas.
Expectativa de vida ao nascer - 77.7 anos para o sexo feminino e 70,5 para o
masculino.
Mortalidade materna (número de
mortes de mãe por cada 100.000 nados vivos) – 79 (Fonte: CIA, World Factbook na
Wikipedia).
Mortalidade infantil até 1 ano, por
100.000 nados-vivos - 26,02 (Estimativas da CIA World Factbook, na Wikipedia).
Seriam a Guiné – Bissau e Cabo
Verde muito diferentes do que são hoje se Amílcar Cabral não tivesse existido? A dúvida permanece. Muitos historiadores retiram importância às
individualidades no desenrolar do processo histórico. Escreveu Julião Soares,
guineense e biógrafo de Amílcar: tornou-se moda, no decurso das
últimas décadas, menorizar o papel das lideranças na formação da História,
processo que envolve necessariamente o contributo de grandes massas populares. Sendo
fútil reduzir o processo histórico à enumeração dos chefes e dos seus feitos,
será limitativo ignorar o papel de alguns líderes que souberam interpretar
claramente as aspirações dos seus povos em determinados períodos e acelerar ou
lentificar as mudanças em curso.
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