A MINHA OPINIÃO
Não sou especialista em nada, a não ser em
Neurocirurgia. Mesmo nessa matéria, os meus conhecimentos vão-se distanciando.
Entendo que a minha opinião vale mais ou menos o mesmo que a de qualquer dos
meus leitores. Ainda assim, exponho-a por escrito. Falo da possível solução
para o conflito da Ucrânia. Julgo que é a primeira vez na História que uma
guerra importante é transmitida em direto (ou quase) pelas televisões de todo o
mundo.
Começo por apontar os que são, no meu modo
de ver, os culpados principais desta tragédia.
Começo por acusar Vladimir Putin, o
agressor.
Acuso, em segundo lugar, Joe Biden e a sua
(nossa) NATO. Apenas quem tiver memória curta poderá ter esquecido a crise dos
mísseis de Cuba, quando Kennedy quase deu início a uma guerra nuclear por ver o
poderio soviético assentar os pés numa ilha próxima da costa da Florida. A Nato
aproveitou a fragmentação da antiga União Soviética para rodear de mísseis o
território russo. Empurrou agora, de forma provavelmente definitiva, a Rússia
para os braços da China. A longo prazo, parece tratar-se de um erro estratégico
clamoroso.
Em terceiro lugar, acuso Zelensky, outro
Vladimiro. Fiou-se em demasia no apoio ocidental e não teve em devida conta o
desequilíbrio das forças em presença. Arrisca-se a passar de comediante a ator
de uma tragédia.
Passo agora à proposta de soluções. Compreendo que a situação se poderá alterar rapidamente e que as opiniões de hoje poderão tornar-se amanhã obsoletas. Terei em menor conta a justiça do que o equilíbrio das forças que se opõem. Não proponho o que acho que deveria ser, mas o que me parece possível acontecer.
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Compromisso duradouro (eventualmente constitucional) de não adesão da Ucrânia à
NATO.
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Liberdade para a Ucrânia aderir livremente à União Europeia, quando houver
condições para tal.
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Reconhecimento, por parte da Ucrânia, da anexação da Crimeia e da independência
das chamadas “repúblicas separatistas”.
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Garantia do acesso definitivo da Ucrânia a portos do Mar Negro e do mar de
Azov.
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Fim das sanções económicas impostas à Rússia.
Sendo certo que dificultam o esforço de
guerra de Vladimir Putin, afetam essencialmente a qualidade de vida do povo
russo e obrigam a Alemanha e a Hungria a pagar um preço exagerado por uma
guerra que não terão desejado. O inverno ainda não terminou e poderão deixar de
ter gás para aquecimento.
Pela minha parte, ficou-me caro atestar
hoje de gasóleo o depósito do automóvel.
Aqui fica a minha opinião. Outros pensarão
de modo diferente. Julgo, contudo, que todos pretendemos o restabelecimento
rápido da paz.