Amilcar Cabral, ao definir a luta de classes como motor da História teve algumas dificuldade teóricas em adaptar a sua definição concreta à luta anti-colonial, já que, na verdade, o verdadeiro motor da História, nessas circunstâncias, foi o racismo.
As direcções de tantos movimentos de libertação que foram sendo fundados em África, ficaram, em determinada altura do seu crecimento, com um problema: os brancos e mestiços que a eles aderiam eram , em si mesmos, uma contradição insolúvel: a maioria dos guerrilheiros não aceitava de bom grado a integração na sua luta de gente que era "naturalmente" inimiga.
Na verdade, o próprio Amilcar Cabral, que acabou sendo vítima desta contradição, tentou, do ponto de vista teórico, "dar a volta" ao problema, aconselhando os membros das sociedades coloniais, brancos e mestiços, a "suicidarem-se" como classe.
Na prática tal suicídio nunca resultou.
Os CAC (comités Amilcar Cabral) que nasceram em Angola consistiam como que uma ante-camara para o dito suicídio. O MPLA, defensor da angolanidade pura, atirou muitos dos canditatos para a cadeia de S. Paulo. Hoje nem se fala disso, nem deles.
Em África - talvez com algumas nações crioulas em que o fenómeno é mais diluído - o racismo continua a ser o motor da História
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