DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

segunda-feira, 10 de junho de 2013




                            CAPÍTULO III

 − Jean, traz a caixa. – ordenou Laisone a um guarda. – Megnon, traz o leitor de DVD’s e a televisão.
 MacLarens estava confuso com todas aquelas ordens. Que vídeo lhe iria mostrar Fréderique?
 Ficou nestes pensamentos até que Lasone regressou ao quarto, sentou-se ao lado de Joshua, ligou a televisão, tirou um DVD com o título de “Marc  A descoberta” de uma caixa poeirenta e pôs o DVD no leitor. Mal a fez, o vídeo começou a reproduzir.
 No vídeo aparecia Marc a dormir, com o seu cérebro representado em ressonância. MacLarens já tinha visto cérebros assim e sabia que se passava alguma coisa de diferente ali.
 Até que no vídeo, Marc acorda e a gritar, tal como acontecera com Joshua. E a partir daí tudo se passou exatamente como naquela manhã acontecera com MacLarens: Fréderique a ir ao quarto de Marc, Marc a contar um pesadelo sobre a morte de seu pai e por fim, Lasone a contar exatamente a mesma história.
O vídeo acabou. MacLarens estava estupefacto. Fréderique fizera exatamente as mesmas perguntas, respondera da mesma maneira e dera as mesmas explicações. Mas o que mais intrigava Joshua eram as ondas vermelhas no cérebro de Marc. As ondas que deveriam ser curvas, eram retas.
− Porque está o cérebro de Marc daquela maneira? – inquiriu MacLarens.
− Aquelas ondas, tais como as do seu cérebro, ligam-se diretamente às do que acontecerá amanhã. É por isso que você está aqui. Para sua proteção. Quem matou Marc, poderá também querer matá-lo.
  Acha que posso estar em perigo? – perguntou Joshua, preocupado.
 − Não sei, mas aqui está protegido. Venha, tenho de lhe mostrar algo.

                             CAPÍTULO IV

 MacLarens seguiu Fréderique e chegou a uma sala com uma cadeira e fios de variadas cores.
 − Sente-se – pediu Lasone a MacLarens.
 Joshua assim o fez, porém um pouco assustado.
 Fréderique ligou um computador a vários monitores e, de seguida, pegou nos fios com ventosas e pô-los na cabeça de Joshua.
 MacLarens não entendia exatamente o que estava ali a fazer, mas estava disposto a descobrir. Pacientemente via Lasone a mexer e a remexer no computador até que ele parou e sem dizer nada saiu da sala. MacLarens não sabia o que fazer, por isso não se mexeu e esperou até Fréderique voltar. Trazia com ele um chá, que deu a Joshua, quando se aproximou dele. Este bebeu-o, até que começou a sentir-se sonolento.
 − Isto é para seu próprio bem. – disse Lasone com uma voz calma.
 Lasone tinha posto algo naquele chá, pois MacLarens adormeceu pouco depois de o beber.
 Passada uma hora, Joshua acordou atordoado.
− O que me pôs no chá?
− Ervas calmantes. – Respondeu Lasone como se nada se passasse.
 − Porquê?  – Perguntou MacLarens já acordado.
 − Só se têm sonhos a dormir. E o senhor só tem visões em sonhos.
 MacLarens estava fulo. Como poderia Fréderique dizer que o tinha drogado tão naturalmente? Mas quando Lasone começou a falar acalmou-se.
 − Para o senhor ter a certeza de que nós não o estamos a enganar, fizemos esta experiência. Veja: as ondas estão retas, tal como na ressonância do seu irmão.
 Depois de dizer isto, mostrou num dos três monitores como a ressonância deveria estar.
  Por muito que MacLarens quisesse continuar a questionar aquilo, as provas eram reais.
  − Como descobriram que o meu irmão tinha estas visões? – inquiriu Joshua.
 − O seu pai procurou-nos antes de falecer. Quando pesquisámos melhor, descobrimos que era genético. Como o seu irmão morreu sem deixar herdeiros, pensámos que tínhamos perdido o dom, mas depois descobrimo-lo a si – explicou Lasone.


Sem comentários:

Enviar um comentário