CAPÍTULO III
− Jean, traz a caixa. – ordenou Laisone a um
guarda. – Megnon, traz o leitor de DVD’s e a televisão.
MacLarens estava confuso com todas aquelas
ordens. Que vídeo lhe iria mostrar Fréderique?
Ficou nestes pensamentos até que Lasone
regressou ao quarto, sentou-se ao lado de Joshua, ligou a televisão, tirou um
DVD com o título de “Marc − A descoberta” de uma caixa poeirenta e pôs o DVD no
leitor. Mal a fez, o vídeo começou a reproduzir.
No vídeo aparecia Marc a dormir, com o seu
cérebro representado em ressonância. MacLarens já tinha visto cérebros assim e
sabia que se passava alguma coisa de diferente ali.
Até que no vídeo, Marc acorda e a gritar,
tal como acontecera com Joshua. E a partir daí tudo se passou exatamente como
naquela manhã acontecera com MacLarens: Fréderique a ir ao quarto de Marc, Marc
a contar um pesadelo sobre a morte de seu pai e por fim, Lasone a contar
exatamente a mesma história.
O vídeo acabou. MacLarens estava
estupefacto. Fréderique fizera exatamente as mesmas perguntas, respondera da
mesma maneira e dera as mesmas explicações. Mas o que mais intrigava Joshua
eram as ondas vermelhas no cérebro de Marc. As ondas que deveriam ser curvas,
eram retas.
− Porque está o cérebro de Marc daquela
maneira? – inquiriu MacLarens.
− Aquelas ondas, tais como as do seu
cérebro, ligam-se diretamente às do que acontecerá amanhã. É por isso que você
está aqui. Para sua proteção. Quem matou Marc, poderá também querer matá-lo.
− Acha que posso estar em perigo? –
perguntou Joshua, preocupado.
− Não sei, mas aqui está protegido. Venha,
tenho de lhe mostrar algo.
CAPÍTULO IV
MacLarens seguiu Fréderique e chegou a uma
sala com uma cadeira e fios de variadas cores.
− Sente-se – pediu Lasone a MacLarens.
Joshua assim o fez, porém um pouco
assustado.
Fréderique ligou um computador a vários
monitores e, de seguida, pegou nos fios com ventosas e pô-los na cabeça de
Joshua.
MacLarens não entendia exatamente o que estava
ali a fazer, mas estava disposto a descobrir. Pacientemente via Lasone a mexer
e a remexer no computador até que ele parou e sem dizer nada saiu da sala.
MacLarens não sabia o que fazer, por isso não se mexeu e esperou até Fréderique voltar. Trazia com ele um chá, que deu a Joshua, quando se aproximou
dele. Este bebeu-o, até que começou a sentir-se sonolento.
− Isto é para seu próprio bem. – disse
Lasone com uma voz calma.
Lasone tinha posto algo naquele chá, pois
MacLarens adormeceu pouco depois de o beber.
Passada uma hora, Joshua acordou atordoado.
− O que me pôs no chá?
− Ervas calmantes. – Respondeu Lasone como
se nada se passasse.
− Porquê? – Perguntou MacLarens já acordado.
− Só se têm sonhos a dormir. E o senhor só
tem visões em sonhos.
MacLarens estava fulo. Como poderia
Fréderique dizer que o tinha drogado tão naturalmente? Mas quando Lasone
começou a falar acalmou-se.
− Para o senhor ter a certeza de que nós não
o estamos a enganar, fizemos esta experiência. Veja: as ondas estão retas, tal
como na ressonância do seu irmão.
Depois de dizer isto, mostrou num dos três
monitores como a ressonância deveria estar.
Por muito que MacLarens quisesse continuar a
questionar aquilo, as provas eram reais.
− Como descobriram que o meu irmão tinha
estas visões? – inquiriu Joshua.
− O seu pai procurou-nos antes de falecer.
Quando pesquisámos melhor, descobrimos que era genético. Como o seu irmão
morreu sem deixar herdeiros, pensámos que tínhamos perdido o dom, mas depois
descobrimo-lo a si – explicou Lasone.
Sem comentários:
Enviar um comentário