ESTRANHOS ALMIRANTES
INTRODUÇÃO
A história da navegação e
das guerras navais reserva algumas surpresas aos curiosos. Vou referir três
almirantes muito especiais de que tive conhecimento mais ou menos por acaso: a
rainha Artemísia de Cária que, no século V A.C., comandou navios na Batalha de
Salamina, o almirante eunuco chinês Zeng He, que navegou até à costa oriental
de África nos séculos XIV e XV e a almirante indonésia Keumalahayati que, no
século XVI, combateu portugueses e holandeses.
Espero que não vejam na
minha escolha sinais de sexismo. Trata-se apenas de curiosidade por estes
personagens excepcionais.
Dentro de portas, o
primeiro comandante naval de que ouvi falar foi D. Fuas Roupinho, o do milagre
da Nazaré. D. Fuas foi contemporâneo de D. Afonso Henriques. Morreu a lutar
contra os mouros, no Estreito de Gibraltar.
Somos um país ribeirinho.
No Portugal antigo, havia navios que levavam homens de armas, quando era
necessário. «Almirante» vem de uma palavra árabe que significa «comandante do
mar». Substituiu os termos “general das galés” e “cabdel dias galés”, caídos em
desuso. O cargo de «Almirante do Reino» foi criado pelo rei D. Dinis no século
XIII. Deixou de estar ligado à navegação e tornou-se um título honorífico,
hereditário, concedido aos Condes de Resende. O nosso primeiro «almirante» foi
Manuel Pessanha, um genovês. Nun`Álvares terá adquirido os terrenos para a
construção do convento do Carmo a um descendente dele que, se calhar, nunca pôs
os nobres pés numa caravela. Sobre os capitães de então, pouco se escreveu, até
às descobertas.
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