Capítulo VI
Doze
dias passados e o ambiente na casa estava igual. Mitchell não referia Joshua e
os outros também não falavam dele à sua frente. Mellie e Nicole continuavam sem
entender o que se passava naquela casa. Era como se todos tivessem esquecido
Joshua, à exceção delas as duas. Até Lasone, quando os ia visitar, não falava de
MacLarens. Mas mesmo assim, as duas mulheres não conseguiam parar de pensar
nele.
Até
que, no décimo terceiro dia, algo aconteceu. Enquanto todos almoçavam,
ouviram-se berros. Seguiram o barulho até alcançarem de onde vinha. Quando
chegaram à sala escura, viram Joshua a um canto, acordado e mais pálido do que
nunca.
─ Joshua,
o que aconteceu? – Perguntou Mellie, abraçando-o.
O
homem não respondeu. Apenas virou as costas para Mellie. Algo de mal tinha
acontecido e todos naquela casa sabiam disso. Naquele momento, Fréderique
estava a mexer nos seus muitos computadores. Ele tinha de encontrar algo para
explicar o porquê de MacLarens ter acordado daquela maneira. Até que
finalmente, Lasone percebeu que a resposta não estaria nos ecrãs dispostos à
sua frente, mas sim no cérebro de Joshua. Ele tinha descoberto o assassino de
seu irmão.
Após
esta conclusão, Lasone aproximou-se de MacLarens e expulsou todos os outros na
pequena sala apenas com um grito. .
─
Joshua ─ Sussurrou ─ o senhor descobriu o causador de todos os problemas?
Joshua
permaneceu calado. Não conseguia falar, nem que fosse apenas uma palavra.
Lasone
estava pensativo. Sabia que MacLarens queria falar, mas também sabia que ele
não iria esconder o nome do verdadeiro assassino de todos.
Repentinamente, Fréderique teve uma ideia.
Saiu do laboratório e dez minutos depois voltou, trazendo na mão folhas e
canetas.
─ Escreva aqui o nome da pessoa. Assim será
mais fácil para ambos. Joshua pegou na caneta e começou a desenhar. Passado um
minuto devolveu a folha a Fréderique.
Como a letra estava tremida, Fréderique
demorou tempo a examinar e a perceber que aquilo não era uma palavra. Era o
desenho de uma mulher. Saiu do laboratório e dirigiu-se à sala. Tinha de falar
com toda a gente que ali se encontrava.
─ Para Joshua estar assim tão perturbado,
suponho que seja alguém que ele conheça bem. Todas as pessoas que Joshua
conhecia bem estão neste preciso momento nesta casa. – Explicou Lasone.
Todos ficaram espantados e começaram a
falar desordenadamente. Alguma das pessoas com quem todos eles tinham estado
nos últimos tempos era um assassino.
─ Todos os rapazes e homens desta casa
saiam imediatamente. Incluindo seguranças e crianças. Hoje só quero falar com
as mulheres. – Disse com um tom sério.
Todos obedeceram sem hesitar, pois apesar
do seu tamanho, Fréderique inspirava respeito quando falava.
─ Uma de vocês matou Marc e ameaçou Joshua.
- Disse para as três mulheres na sala: Margaret, Nicole e Mellie. Estas olhavam
admiradas umas para as outras, quase que em choque. – Quero falar
individualmente com cada uma de vocês.
Lasone movimentou-se para uma pequena sala
e chamou consigo Margaret.
─ Margaret, você e Marc tinham uma relação
das mais belas que vi na minha longa vida. A senhora foi quem mais afetada
ficou com a sua morte. E, por isso, estar a fazer-lhe estas perguntas vai
custar-me mais do que parece, mas mesmo assim tenho de as fazer.
─ Eu prefiro que faça o procedimento
correto. Não quero que haja nenhum tipo de provas contra mim. – Disse, deixando
escorrer uma lágrima pela cara.
─ Onde esteve no dia da morte de Marc?
─ Já me fizeram esta pergunta várias vezes
desde que Marc morreu e eu hei de sempre responder o mesmo: tive numa viagem de
trabalho. E como isto não me retira da lista de suspeitos, não sei o que lhe
posso dizer mais.
─ Vá-se embora. Acompanhe os rapazes. Eu
sei que a Margaret não seria capaz de matar ninguém, principalmente alguém que
ama.
Margaret sentiu-se melhor que nunca. Agora
a sua única preocupação era se Lasone culpasse a sua irmã. Mas ela sabia que
isso nunca aconteceria, pois Mellie sempre fora uma grande pessoa e nunca
mataria ninguém. Mesmo assim, Margaret sentia-se agora mais nervosa.
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