PREVENIR A INSTABILIDADE
SOCIAL
O nosso Primeiro e o
nosso Seguro não sabem tudo. Se sabem, calam-se. Vá lá a gente imaginar por
quê. Poderão faltar-lhes ideias.
Pedro Passos Coelho anunciou inabilmente decisões aterrorizadoras para as economias familiares. Para obviar as medidas que penalizavam os funcionários públicos e os pensionistas do Estado, “chumbadas” pelo Tribunal Constitucional, deu um salto em frente e resolveu “lixar” também os trabalhadores por contra de outrem. O ministro Gaspar anunciou, dias depois, novos impostos.
Ambos assinaram sentenças de morte política. Poderão sobreviver "modestamente" em administrações de grandes empresas.
Nós não temos acesso a elas. O Portugal de brandos costumes começou a ferver. Não quero ser alarmista, mas receio que a Democracia esteja em perigo.
Nunca gostei de fazer críticas sem apresentar alternativas e penso que elas existem.
É possível reduzir o sufoco familiar, garantir algum poder de compra aos portugueses e suavizar a crise social que se perspetiva no horizonte.
Nós não temos acesso a elas. O Portugal de brandos costumes começou a ferver. Não quero ser alarmista, mas receio que a Democracia esteja em perigo.
Nunca gostei de fazer críticas sem apresentar alternativas e penso que elas existem.
É possível reduzir o sufoco familiar, garantir algum poder de compra aos portugueses e suavizar a crise social que se perspetiva no horizonte.
Provavelmente, centenas
ou milhares de pessoas estarão, um pouco por todo o País, a pensar mais ou
menos o mesmo que eu. Serão as vantagens de não sermos economistas nem estarmos
no Poder.
As necessidades de
contração orçamental não são contornáveis. No entanto, as soluções para as assegurar não foram bem exploradas.
As alternativas não têm aparecido. Votar contra o próximo orçamento de Estado pouco adianta, na ausência de propostas inovadoras.
Para cumprir um dever cívico, deixo aqui uma. Está longe de ser original, mas poderá funcionar. Foi experimentada, com sucesso, há mais de três décadas. Mário Soares, primeiro-ministro nos anos 80, decidiu substituir os subsídios de Natal por certificados de aforro reembolsáveis a prazo. A medida aquietou a sociedade.
Trata-se agora de aceitar quase tudo o que o governo anunciou durante a última semana, mas transformar 80% dos novos impostos em títulos do tesouro a 3 ou 5 anos.
Para cumprir um dever cívico, deixo aqui uma. Está longe de ser original, mas poderá funcionar. Foi experimentada, com sucesso, há mais de três décadas. Mário Soares, primeiro-ministro nos anos 80, decidiu substituir os subsídios de Natal por certificados de aforro reembolsáveis a prazo. A medida aquietou a sociedade.
Trata-se agora de aceitar quase tudo o que o governo anunciou durante a última semana, mas transformar 80% dos novos impostos em títulos do tesouro a 3 ou 5 anos.
O rendimento nem precisaria de ser alto. Poderia acompanhar apenas as taxas anuais de inflação. Constituiria um empréstimo compulsivo a médio prazo, quase sem juros.
As obrigações seriam transacionadas no mercado. Sem asfixiarem o orçamento do Estado, aliviariam o choque imediato nos rendimento dos trabalhadores portugueses e abririam uma janela de esperança para melhores dias. O impacto no orçamento seria limitado e as adaptações necessárias iriam necessitar de pouca engenharia contabilística.
Quanto ao aumento da contribuição dos trabalhadores do setor privado para a Taxa Social
Única para os 7%, não acredito que se mantenha. Seria talvez preciso pôr a tropa na rua, e a tropa é também mal paga. A medida é tão estranha que a Troika se demarcou
prontamente dela e os representantes dos empregadores a consideram
desmedida. Alguma parte da ideia, contudo, há de ficar. Que seja transformada
também em empréstimo interno compulsivo ao Estado.
É tempo de aprender com os mais velhos! Temos mais de oitocentos anos de História.
Sem comentários:
Enviar um comentário