O HELIPORTO DOS ARCOS
Moro em Setúbal. As janelas
do meu escritório dão para um heliporto que dista menos de 100 metros. Fica junto à relva do parque, logo atrás dos Arcos, um aqueduto quinhentista que outrora trazia água para o
centro da povoação.
Tem ao lado um belo cata-vento semelhante aos de
alguns aeroportos. Uma placa ao lado enquadra-o no Plano Municipal de Reintervenção
do Centro Histórico de Setúbal e descreve-o: trata-se de uma plataforma de
aterragem para helicópteros. A placa está enfeitada com os logótipos do
Município, do Feder, do POVT (Programa Operacional Temático de Valorização do Território
e do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional). Algumas destas instituições
terão contribuído para o seu planeamento enquanto outras o financiaram.
Não se pode dizer que o
investimento tenha sido avultado. A calçada já lá estava, em pedra clara.
Bastou pintar um círculo com tinta branca e estava feito o heliporto. Fizeram outro círculo de menor diâmetro, em alvenaria.
Quando dei por ele, alguns
anos atrás, preocupei-me. Ninguém gosta de morar ao lado dum aeroporto. Não
tinha o direito de protestar, uma vez que a plataforma se destinava aos
helicópteros do INEM que transportavam doentes urgentes.
Felizmente para mim, nunca
vi lá qualquer aparelho voador. A situação foi revista e a localização do
heliporto acabou por ser considerada perigosa e inadequada.
Posso dormir e trabalhar em paz, mas não deixo de interrogar: por que é que não analisaram as condições de poiso antes de o completarem?
Posso dormir e trabalhar em paz, mas não deixo de interrogar: por que é que não analisaram as condições de poiso antes de o completarem?
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