sexta-feira, 11 de julho de 2014

                                    
      O HELIPORTO DOS ARCOS



Moro em Setúbal. As janelas do meu escritório dão para um heliporto que dista menos de 100 metros. Fica junto à relva do parque, logo atrás dos Arcos, um aqueduto quinhentista que outrora trazia água para o centro da povoação.


Tem ao lado um belo cata-vento semelhante aos de alguns aeroportos. Uma placa ao lado enquadra-o no Plano Municipal de Reintervenção do Centro Histórico de Setúbal e descreve-o: trata-se de uma plataforma de aterragem para helicópteros. A placa está enfeitada com os logótipos do Município, do Feder, do POVT (Programa Operacional Temático de Valorização do Território e do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional). Algumas destas instituições terão contribuído para o seu planeamento enquanto outras o financiaram. 


Não se pode dizer que o investimento tenha sido avultado. A calçada já lá estava, em pedra clara. Bastou pintar um círculo com tinta branca e estava feito o heliporto. Fizeram outro círculo de menor diâmetro, em alvenaria.
Quando dei por ele, alguns anos atrás, preocupei-me. Ninguém gosta de morar ao lado dum aeroporto. Não tinha o direito de protestar, uma vez que a plataforma se destinava aos helicópteros do INEM que transportavam doentes urgentes.


Felizmente para mim, nunca vi lá qualquer aparelho voador. A situação foi revista e a localização do heliporto acabou por ser considerada perigosa e inadequada. 
     Posso dormir e trabalhar em paz, mas não deixo de interrogar: por que é que não analisaram as condições de poiso antes de o completarem?


Sem comentários:

Enviar um comentário