sexta-feira, 14 de setembro de 2012


                    MONARQUIA E REPÚBLICA









Sou republicano. Para além de concordar com a Declaração Universal dos Direitos do Homem que considera que todos os cidadãos nascem iguais em direitos, sempre achei que entregar a responsabilidade do mando ao jogo aleatório dos genes constituía uma imprudência. A seleção rigorosa dos candidatos a governar os destinos de todos nós parece-me desde há muito uma exigência natural.
Notícias antigas e recentes foram-me dando razão. O rei de Espanha andou em África a caçar animais de grande porte e fez-se acompanhar da amante. O azar de uma queda trouxe a viagem clandestina para as páginas da imprensa. O problema é dele e dos espanhóis. Respeito os nossos vizinhos e não quero saber da vida deles mais do que o que passa pela compra dos nossos produtos de exportação.
Um príncipe inglês fez-se fotografar despido em público. Perdoem o machismo, mas calhava-me melhor que fosse uma princesa. O problema é dos bretões. Não me aquece nem me arrefece, a menos que haja outro Ultimatum.
A verdade é que eu sonhei sempre com uma República diferente. Olho agora o meu País. Pedro Passos Coelho e António José Seguro parecem pintos da mesma ninhada. Bonitos, elegantes, excelentes oradores, passariam facilmente nos castings de admissão às telenovelas. Se dispõem de inteligência acima da média, escondem-na bem. Se têm ideias para enfrentar a crise que o País atravessa, não se dá por elas. Infelizmente, foram escolhidos pelos portugueses para governar.
Quando se generalizaram os critérios de marketing para a escolha de governantes, a democracia entrou numa rampa descendente e ninguém sabe onde irá parar. Como é sabido, os melhores candidatos ao escrutínio público raramente são os melhores governantes. As qualidades para cada uma das funções diferem substancialmente. Ao longo da História coincidiram ocasionalmente na mesma pessoa a capacidade de sedução das massas populares, o bom senso e a eficácia governativa. Trata-se de exceções. O resultado da regra está à vista. Reagan, um ator profissional foi presidente da maior democracia do mundo. Não fez pior nem melhor do que os outros.
Continuo a ser republicano. Reconheço contudo que El-Rei D. José Primeiro, por mais burro que fosse, teve a esperteza de escolher Sebastião José para mandar, evitando interferir na governação do País. 

Sem comentários:

Enviar um comentário