segunda-feira, 6 de julho de 2020






COVID E TRANSPORTES PÚBLICOS


Terminei ontem um livro.
Como aconteceu tantas vezes no passado, regresso aos blogues. 
Tem-nos preocupado a todos a possibilidade de transmissão do coronavírus quando as pessoas se deslocam de e para o trabalho em transportes sobrelotados. Às horas de ponta, os autocarros e os comboios suburbanos vão cheios e o distanciamento social é uma utopia.
A C.P. anunciou há dias a compra de meia centena de carruagens usadas à RENFE. São de bitola ibérica. Os nossos vizinhos estão empenhados em mudar para a bitola internacional. Saem assim consideravelmente mais baratas. São antigas mas, convenientemente remodeladas, poderão servir durante muitos anos. Demorarão, contudo, algum tempo a entrar em funcionamento e não poderão ajudar a combater a presente vaga da pandemia, nem a próxima, se a houver.  
Não vejo as empresas de transporte rodoviário com capacidade de fazer investimentos massivos no aumento das suas frotas.
Não podendo aumentar significativamente a oferta de lugares disponíveis nos transportes públicos e assumindo que o teletrabalho não pode ter aplicação generalizada, resta-nos desfasar os horários e os calendários do trabalho.
A curva de utilização dos transportes suburbanos nas horas de ponta deverá ser também achatada. Serão necessárias medidas governamentais para desfasar os horários de entrada e saída dos trabalhadores das empresas públicas e privadas. Se, em vez de existir uma hora de ponta de manhã e outra à tarde, passar a haver três, as pontas passarão a ser bem menos aguçadas e os utentes poderão ir mais afastados e seguros.
Depois, enquanto durar a pandemia, os dias semanais de descanso deverão passar a ser rotativos. Com base (por exemplo) no último número do cartão de cidadão, uma parte dos trabalhadores folgará aos sábados e domingos, outra parte aos domingos e segundas, uma outra às segundas e terças, e assim sucessivamente. Julgo que as autoridades religiosas não se oporão frontalmente a alterações provisórias de evidente interesse sanitário para os seus fiéis.
Teria, naturalmente de existir coordenação para que as famílias pudessem descansar nos mesmos dias. Por essa razão, as escolas teriam também de rodar os dias de folga.
As medidas propostas seriam revertidas logo que a pandemia abrandasse.
Confesso que não estou à espera de que as minhas ideias sejam ouvidas e aceites. Quer-me parecer, contudo, que teríamos todos mais saúde, se assim fosse.

Nota: a imagem foi retirada da Internet. A assinatura do (excelente) desenhador é bem visível. 

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