sábado, 21 de dezembro de 2019





NOVO AEROPORTO DE LISBOA


MONTIJO OU ALVERCA?



Não sou engenheiro, mas parece-me natural procurar informar-me sobre uma obra polémica que os meus impostos ajudarão a custear.
Não será necessário ser militar para ter interesse pela política de defesa nacional, nem ser médico ou enfermeiro para me preocupar com o Serviço Nacional de Saúde.
Um amigo meu de longa data, o engenheiro Segadães Tavares, está envolvido no projeto de desenvolvimento aeroportuário alternativo ao Montijo. Consiste, essencialmente, em prolongar na direção de Alverca o Aeroporto da Portela.
Segadães Tavares é um dos engenheiros portugueses de maior prestígio. Autor da célebre “pala” do Pavilhão de Portugal, recebeu o mais alto galardão internacional até agora atribuído a um engenheiro português, o Prémio OstrA. Foi premiado pelo seu Projeto de ampliação da Pista do Aeroporto do Funchal. Pedi-lhe que me enviasse informação sobre este novo plano. Acedeu prontamente.
O projeto assenta na criação de uma ilha artificial “híbrida”. A pista será construída sobre uma lâmina de água, solução já testada na Madeira. Passarão a existir duas pistas paralelas, com 3.100 e 4.000 metros de extensão, respetivamente.
A quantidade e a qualidade dos argumentos aduzidos em defesa do novo aeroporto Portela - Alverca são impressionantes.
No modo de ver da equipa que propõe esta solução, tudo parece favorável ao novo projeto: o custo, a acessibilidade, a segurança e o incómodo para os moradores das áreas vizinhas.
 Há diversas constatações que merecem leitura atenta. Assim:
“Não existe nenhum aeroporto importante na Europa apenas com uma pista”.
”Não se constroem há dezenas de anos pistas comerciais com distância de aterragem de apenas 2.050 metros”
“O custo da obra será significativamente inferior à do Montijo”.
“O projeto maximiza a utilização das infraestruturas já existentes.
“Representará a “salvação” da TAP, a médio e longo prazo”.
“A probabilidade de ocorrência de acidentes aéreos para as pessoas sobrevoadas é 10 vezes inferior à da solução Montijo”.
“A abundância de aves na margem norte do Tejo é muito inferior à da margem sul”.
Aparentemente, os interesses da companhia Vinci, que defende a solução Montijo, parecem muito diferentes dos interesses do povo português.



Sem comentários:

Enviar um comentário