terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ASSASSÍNIO EM NOTRE DAME

Tardou algum tempo, mas a Leonor levou até ao fim a sua pequena novela policial. O «decaedela» congratula-se com o facto e retoma a publicação.


Capítulo XV


As horas passaram e Nicole e Joshua continuavam à espera de notícias dos outros agentes. Ouviu-se bater à porta. Lá estavam eles, mas com má cara.
─ O que se passa? ─ Inquiriu MacLarens, preocupado.
─ De todas as pessoas a quem fizemos questões hoje, todas têm testemunhas fiáveis para os seus álibis. Além disso, nenhuma delas pareceu ter um motivo ─ esclareceu Francis, com um ar desiludido.
─ Vejamos pelo lado positivo: pelo menos, tirámos pessoas da lista. Estamos a diminuí-la ─ disse a agente, tentando animá-lo.
─ Mas se continuarmos com esse ritmo, nunca mais descobriremos o assassino ou, quando o fizermos poderá ser tarde demais – disse Francis.
─ Tens razão. Temos de pensar noutro método menos lento. O senhor tem alguma coisa que outra pessoa possa querer? ─ Inquiriu Nicole, virando-se para Joshua.
─ A única coisa que eu e o Marc temos em comum que alguém pudesse querer é o dom. Contudo, logo na primeira ameaça dizia ”para bem do mundo, entreguem-no…” Por isso, eu acho que quem matou o meu irmão quer eliminar do mundo o dom e só poderá fazê-lo matando-me também ─ explicou MacLarens tentando dar sentido às palavras.
─ Pode ter razão, mas por que quererá alguém destruir esse dom? Tem de haver uma explicação lógica.
─ Ou então não. Nem tudo tem uma explicação. Por exemplo, por que é que Joshua, Marc e todas as suas gerações passadas têm esse dom e o resto do mundo não? Isso não tem justificação possível.
─ Tens razão, Francis. Mas, mesmo assim, ninguém mata sem razão ─ explicou Nicole.
Durante estes minutos, Sebastien tinha permanecido calado, a pensar numa explicação, até que disse:
─ Consigo lembrar-me de três possíveis razões. Primeira: dizer que cabe a Deu decidir quem é alvo e quem morre. Segunda: ser descendente dos mesmos antepassados, mas não ser irmão mais velho. Terceira: ser pago por alguém para fazer estes serviços. Para nós é melhor que não seja a terceira opção e sim a primeira ou a segunda. É sempre difícil descobrir espiões, pois podem ser pessoas perto da vítima que estejam a dever favores ou a precisar de dinheiro.
─ Parecem-me boas razões. Além disso, facilitam a busca. Para a primeira, descobrimos as pessoas muito religiosas e os padres que ambos conheciam. Para a segunda, verificamos a linhagem de sangue dos MacLarens ainda vivos. A terceira hipótese é mais complicada ─ concluiu Francis.
Nos dias seguintes, tudo correu como planeado. Lasone veio verificar os agentes e ficou bastante satisfeito com a conquista de Joshua. A lista de suspeitos reduziu-se consideravelmente, não pareceu mais nenhuma ameaça e Joshua teve uma visão que ajudou no caso.
─ Joshua, já reduzimos a lista o mais que pudemos. Agora, precisamos da sua ajuda. Como é que costuma ter visões? ─ Inquiriu Francis.
─ Eu não costumo prever quando as tenho, mas são sempre durante o sono ─ respondeu MacLarens.
─ Acha que é possível e seguro fazermos com que as visões apareçam mais rápido? ─ Perguntou o agente.
─ Não sei, mas para me fazer acreditar nas visões, Fréderique pôs calmantes no meu chá.
─ Vou falar com Fréderique para ver se é seguro.
Dito isto, saiu da sala e fez um telefonema.
─ Fréderique, é Francis. Gostaria de saber se há alguma maneira de fazer Joshua ter visões manualmente. O caso está parado por falta de provas e precisamos que MacLarens nos ajude.
─ Há uma maneira, mas não sei se MacLarens aceitará. É um processo experimental que ainda não foi testado em ninguém. Vou para aí agora. Explico-vos melhor depois.
Dito isto, desligou a chamada.
Francis voltou à sala e contou tudo o que Fréderique Lasone tinha dito.
─ Como poderia eu não aceitar? Farei tudo o que puder para descobrir quem matou o meu irmão ─ disse MacLarens, um pouco irritado.
─ Não sei… Talvez por ser experimental. Lasone está a caminho para explicar tudo.
Passada pouco mais de hora e meia, Fréderique e os seus seguranças entraram, sem sequer tocarem à campainha.
─ Temos de falar ─ disse o homem baixo. ─ É importante estarem todos aqui para ouvirem. Chamam os restantes.



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